Nunca as pessoas se preocuparam tanto em comer direito - e não apenas para perder ou manter o peso. Agora os ventos sopram a favor da busca por uma comida natural, que reforce a imunidade e ainda ajude a salvar o planeta. Afinal, se vamos viver mais, como prevê a ciência, que a nossa longa jornada seja melhor e saborosa.
Há uma revolução silenciosa em curso. Ela diz respeito ao que colocamos no prato e mexe com nossas crenças a respeito de alimentação. Também nos obriga a refletir sobre como o que comemos tem potencial para garantir um futuro saudável - ou complicações na certa. CLAUDIA entrevistou os especialistas mais antenados em nutrição e, amparada em teses consistentes - não, nada da dieta da moda ou da novíssima pesquisa sobre as propriedades milagrosas do ovo, para ficar só num exemplo -, identificou as três principais tendências que, nos próximos anos, devem se espalhar como uma imensa ola pelo planeta. Prepare-se para ser surpreendida e para repensar o que pensa sobre comer bem. Lembrando: uma coisa é saber que precisamos fazer ajustes; outra é desejar mudar o que é preciso; e outra, bem mais complexa, é pôr a mudança em prática. A gente sabe disso, mas não dá para ficar indiferente ao que vem por aí.
1. FAÇA VOCÊ MESMA
Que tal você preparar na hora o alimento que vai comer e só usar ingredientes frescos? Não, não é conversa de avó para preservar as receitas da família: é o mantra que vem sendo repetido por alguns dos mais modernos especialistas em nutrição do mundo. "Coma comida de verdade", prega o jornalista americano Michael Pollan, autor dos best-sellers Em Defesa da Comida - Um Manifesto e Regras da Comida - Um Manual da Sabedoria Alimentar (ambos Ed. Intrínseca). Para ele, o importante é retomar o velho hábito de adquirir carnes, peixes, ovos e leite diretamente do produtor, como faziam nossos antepassados. Tudo preparado à moda antiga, com simplicidade, acompanhado de verduras, cereais integrais e frutas in natura. Em entrevista a CLAUDIA, a escritora e ex-fazendeira Nina Planck, considerada uma guru de nutrição nos Estados Unidos, defende a causa e, com a autoridade de quem pôs em prática os ditames que agora apregoa, recomenda que os alimentos de origem animal sejam consumidos sempre que possível crus. "O importante é que venham de produtores confiáveis para garantir uma refeição nutritiva, capaz de fortalecer o corpo e ajudar a manter o peso", diz. Dessa maneira, vamos comer direito sem espantar o prazer. "Quem tem uma dieta equilibrada e natural pode até cometer pequenos deslizes", diz Pollan. Ceder ao açúcar, à gordura e ao sal de vez em quando não é pecado. E, já que a natureza nos deu o gosto por alimentos doces, vamos adotar o hábito de saborear o açúcar natural de frutas e até de algumas hortaliças, como a erva-doce. Esses alimentos, assim como o mel, também fornecem energia, além de minerais e vitaminas que não existem em nenhum outro produto. "As gorduras encontradas no reino vegetal, prontas para consumo, são benéficas. Aposte em castanhas, nozes e avelãs, além de sementes como linhaça e quinua", diz o médico e especialista em nutracêutica Alberto Peribanez Gonzalez, de São Paulo. O sal, outro nutriente mal-afamado, é indispensável pois equilibra os líquidos no corpo. Com a responsabilidade de não exceder a dose diária de 5 gramas." Moderação é a chave: engordamos quando nos faltam esses micronutrientes. O organismo sente a privação e nos incita a comer mais e mais.
Para os pesquisadores, o importante é evitar sempre que possível os produtos industrializados.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/saude/alimentacao-alimento-alimento-organico-refeicao-saude-592480.shtml